2 de setembro de 2009

Costureiro vira goleador do América


(charge: Lézio Júnior)

Vinicius de Paula

A agilidade em trabalhar com máquinas de costura - era especialista em costurar passantes de calças jeans - foi trocada por dribles desconcertantes e a habilidade de colocar a bola no fundo das redes dos adversários. Esta é a história do atacante Cortez, 28 anos, do América, que com os dois gols marcados na vitória de 2 a 1 sobre a Ferroviária, de Araraquara, no domingo, em Rio Preto, chegou à vice-artilharia da Copa Paulista, junto com Emerson, do Batatais, Danilo Martins, da Ferroviária, e Dayvid, da Ponte Preta, com cinco gols cada. Eles têm um gol a menos que Nando, do Mogi Mirim, e Diego Barboza, do Paulista, de Jundiaí. “É claro que dá para alcançar a artilharia. Basta muita dedicação nos treinos e concentração durante as partidas”, afirma Cortez, que participou de sete jogos e meio na competição. “O segredo de um bom atacante é o posicionamento dentro da área”, revela. Apesar da eficiência ofensiva dele, o América está em penúltimo lugar no Grupo 1, com sete pontos.

Natural de São Simão, na região de Ribeirão Preto, Marco Antônio da Silva Cortez teve uma infância simples. Para ajudar a família, antes de se profissionalizar no futebol, dos 16 aos 18 anos, trabalhou como auxiliar de costura numa fábrica em sua cidade natal. “Entrava às 7 e saia às 17 horas, tinha uma hora de almoço e de vez em quando precisava ir aos sábados de manhã”, recorda. Incentivado pelo patrão Aramis Haddad, ele deixou a costura para tentar a sorte no futebol. “São Simão tem cerca de 20 mil habitantes e muitas pessoas diziam que eu tinha talento. Um dia surgiu um convite para fazer um teste no Primavera de Indaiatuba e fui para lá. Marquei três gols de falta num treino do time sub-20. Eu tinha 18 anos. Fiquei lá e me profissionalizei”, conta Cortez, revelado pelo técnico Adaílton Ladeira, atualmente nas categorias de base do Corinthians.

Depois do Primavera, o atacante vestiu a camisa de mais 14 equipes. Passou pelo Palmeirinha de Porto Ferreira (2000), Bragantino (2001), Portuguesa (2002), Flamengo de Guarulhos (2003), Nacional da Capital (2004) e Thespa JP - integrante da Segunda Divisão Japonesa (2004). Mesmo com uma lesão no púbis, Cortez foi contratado pelo Palmeiras, em 2005, na época do técnico Estevam Soares. “Cheguei para o time principal, mas devido à minha contusão nem cheguei a treinar. Fiquei sete meses em tratamento e depois de recuperado acertei com o Taquaritinga para a disputa do A-2 de 2006”, disse. No ano seguinte, ele ainda defendeu o Iraty-PR, Botafogo de Ribeirão Preto e o Ulbra-RS. No ano passado, ele foi vice-campeão do A-2 com o Oeste e disputou a Copa Paulista pelo União São João. Neste ano esteve no Catanduvense, antes de firmar contrato com o América até 8 de junho de 2010.

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